EDITORIAL
O ano mariano celebrado na Igreja do Brasil em 2017 foi uma oportunidade de falar de novo da mãe da nação brasileira; em registro político, da rainha e padroeira do Brasil. Na história de trezentos anos, foi a Mãe que se tornou padroeira e rainha. Antes do poder, o afeto; antes do território, o colo; antes do esplendor, a proximidade. Mãe de Jesus, Mãe de Deus, Mãe dos homens, Mãe dos pobres. A mãe é o primeiro habitat dos mamíferos, o lugar primordial preservado nos inconscientes como proteção, o tempo da formação dos indivíduos, com suas dores e prazeres, seguranças e inseguranças. Por isso, ao longo da existência todos gritam pela mãe: pelo colo que afaga e pelo peito que alimenta, pelo lar e pela família que protege, pela matriarca que agrega os filhos e os netos, pela Mãe da nação, pela Mãe da humanidade, pela Mãe do céu e da terra, pela Mãe de Deus. Nem mesmo Deus escapou da maternidade!
“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48), cantou a moça solteira grávida, ao encontrar-se com a prima a quem tinha ido prestar serviços. O evangelista Lucas não explica por que Isabel estava necessitando de ajuda. Talvez estivesse com os costumeiros enjoos que acompanham as grávidas. Mas o mais importante é que a grávida do Filho de Deus foi fazer serviços domésticos. Tinha o Rei na barriga e foi lavar, cozinhar, moer o trigo, buscar água na fonte... A bem-aventurança que chama para si como virtude não se separa do cuidado e do serviço a quem necessita. É serva humilde. O “poderoso olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48). A mariologia lucana ensina a grandeza da mãe pobre do Messias pobre; ensina que Deus se revela nos pequenos e, no caso, no cotidiano dessas mulheres por ele escolhidas como protagonistas no mistério da salvação. Por dentro da rotina das coisas domésticas, das “coisas de mulher”, Deus nos visitou. Nenhuma teofania, à maneira das religiões: nenhum sinal extraordinário, nenhuma força da natureza, nenhum êxtase maravilhoso. Tudo muito humano e normal. Na visita à prima, na porta da casa, na pequena aldeia e no meio dos pobres, Deus fala pela boca de Maria, de Isabel e de Zacarias. Deus está presente na pequenez humana; é carne na carne humana, feto no ventre de mulher e filho de família humilde. As grávidas cantam a grandeza de Deus que visita seu povo e liberta. Elas são as primeiras a anunciar que Deus desceu até a humanidade, encontra-se no ventre de uma mulher. O humano e a pequenez, a mulher e os pobres são os lugares da manifestação do divino. Deus se esconde no ventre de uma mulher. Um escândalo para a antropologia grega; uma loucura para as tradições monoteístas.
A Maria que “aparece” (Aparecida!) na imagem pescada nas águas, pequenina, de barro, envelhecida, quebrada, descartada, feita por algum artesão popular, manifesta essa mesma serva humilde. Da cisão do pequeno corpo emerge um sinal unívoco, a imagem unificada que irradia sentido e força; do velho eclode o novo, uma nova devoção à Imaculada Conceição; do descartado, a ressignificação, a Maria protetora dos pobres; do rio sem peixe, a pesca abundante; da cor envelhecida, a negra que se identifica com os escravos; da curva silenciosa do rio, a capelinha que se torna ponto de encontro; do sertão ermo de Guaratinguetá, um centro de peregrinação. E os humildes acorreram para a Virgem Aparecida em busca de socorro para as suas dores, de cura para as suas doenças, de consolo para as suas aflições.
O mito de origem de Aparecida é carregado de significados teológicos. Deus eleva os humildes, cumula de bem os famintos, lembra dos pobres com misericórdia. Essa origem da devoção deve ser a fonte permanente de sentido para tudo o que veio depois. Essa é precisamente a função de todos os mitos de origem: exalar verdades que perpetuam ao longo do tempo, fazer o passado vivo no presente, alimentar o presente com suas graças, fundamentar os discursos e as práticas atuais. Os títulos políticos e teológicos, as honras de ouro, o manto rebuscado, a exuberância dos templos, o número de fiéis, a administração pastoral e burocrática não podem esquecer, ofuscar ou deturpar esse ponto inicial: Maria é a senhora dos pobres e aflitos! A padroeira do Brasil é, antes de tudo, a mãe que socorre e que apareceu aos pescadores, pobres que auxiliavam os fazendeiros escravocratas no sustento de suas mesas no distante sertão. A estrutura, o ritual, o discurso e a teologia que esquecerem essa verdade fundamental serão ilegítimos. A Maria que triunfa é a serva humilde. Ela apareceu na pobreza e não na riqueza, na simplicidade e não na ostentação, na curva do rio e não no oratório da casa grande, no sertão e não na capital de Colônia.
São 300 anos de devoção. O Brasil é outra terra. O povo brasileiro é outro povo. O mundo é outro mundo. Não temos mais escravos como dantes, nem pescadores naquela região, nem o Rio Paraíba é o mesmo. Temos outras formas de escravidão que se espalham pelo mundo. Temos desemprego estrutural que gera fome e dores para os mais pobres. O Paraíba e outros rios nacionais estão morrendo pelo assoreamento e pela poluição química. O povo brasileiro continua a escrever uma história de contradições entre ricos e pobres. Nos últimos tempos vê recuar muitos direitos que havia conquistado. Os donos das riquezas e do poder continuam achando as formas de perpetuar seus domínios. Certamente a nação se encontra na curva da história em busca de uma pesca milagrosa que nos permita refazer nossa rota rumo à justiça e à igualdade. Nessa situação, a mãe da nação aparece de novo pobre com os pobres, simples com os simples, unificando o quebrado, socorrendo os aflitos. Nossa Senhora sempre Aparecida! Será ela princípio de unidade e de esperança. Voz profética que “sacia de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias” (Lc 1,53). Maria continua aparecendo no meio dos pobres e no meio da simplicidade; dentro da rotina da vida que corre como rio manso ou turbulento, no ritmo de trabalho dos pescadores, das domésticas, dos operários, e na letargia dos desempregados e dos excluídos do sistema produtivo. Maria Aparecida, porém discreta, Aparecida, mas escondida. Sua aparição não rompe com as rotinas da vida na forma de hierofanias espetaculares, não arrebata os devotos para êxtases extraordinários e não consola como objeto de satisfação individual. É Maria das dores, Maria dos aflitos, Maria dos trabalhadores, Maria de casa, Maria da rua, Maria da lavoura... Numa palavra: Maria da vida.
As inumeráveis devoções marianas que pontuam a história e a geografia católicas trazem uma característica comum: eclodem nas periferias do poder, da doutrina e das ritualidades oficiais da Igreja. Essas produções da fé popular mostram que o povo é sujeito religioso; sujeito que não escreve tratados teóricos e catecismos ortodoxos, mas escreve com o coração itinerários devocionais, a partir dos mitos de origem da Virgem que se manifesta de múltiplas formas. A produção é intensa e profunda; é permanente e renovadora. As mariofanias têm rostos concretos; apresentam a Mãe de Jesus com as fisionomias locais, com os traços das mães locais.
As fórmulas dogmáticas vão adquirindo concreticidade aqui e acolá. Os povos parecem não suportar uma Maria genérica e distante, ainda que muitas vezes tão próxima da divindade. Tanto os videntes quanto os artesãos enxergam a Maria de suas famílias, de suas culturas e de suas nações nas imagens que vão criando e oferecendo aos olhos e ao coração do povo devoto. Maria renasce no coração e na mente do povo como Mãe próxima, como protetora e como padroeira. A Mãe de Deus é mãe dos povos; a concebida sem pecado e compadecida dos pecadores; a rainha assunta é mãe próxima. Não há limites para o coração que deseja afeto, carinho e socorro nas aflições e nas crises. E por essa razão também não há limites para as fisionomias marianas. As poses, as cores e os mantos são variadíssimos; misturam simplicidade e esplendor, expressam os padrões estéticos mais íntimos das culturas. Os povos vestem, coroam e enfeitam a Mãe com o que o que julgam mais belo e sofisticado de suas criações artísticas. A cada ano um novo manto é bordado para a Virgem de Nazaré, por ocasião de suas festividades no Norte do Brasil. E cada manto novo quer ser mais belo que o anterior. É o presente mais inédito doado à padroeira como vestido de festa que será apresentado e julgado pelo gosto das massas devotas na grande procissão. Maria desfila nas ruas com esplendor e glória. Suas vestes revelam sua grandeza e sua força como Mãe que governa a vida dos pobres. É a festa dos pobres, a beleza do povo e a rainha bem-vestida que encarna em sua majestade os sonhos dos que têm pouco e fascinam-se com os espetáculos religiosos. Os mantos das Virgens latino-americanas narram a história do gosto popular das culturas locais em suas exuberâncias muitas vezes extravagantes. As imagens decoradas são a cara do povo. A Mãe tem a cara dos filhos. A rainha é vestida pelo povo. A estética popular vai recriando a Mãe com novas narrativas, com novos títulos e com novas fisionomias. É nesse código do afeto e da beleza que as devoções marianas avançam como uma espécie de teologia amorosa, como “mariopatia” que antecede e sucede à mariologia. Maria não para de aparecer no coração e na imaginação do povo, territórios primordiais pelos quais o povo crê e expressa sua fé. As mariofanias são as razões do coração do povo católico, razões que não pedem licença para as lógicas das cabeças dos teólogos, nem para as regras das doutrinas oficiais. Elas nascem e renascem simplesmente com a legitimidade da mãe que todos necessitam.
Com efeito, o universo das criações marianas tem longa história na arte e na devoção católicas. Constitui uma esfera própria de significados religiosos dentro do sistema maior da Igreja, seja dentro da mariologia, seja dentro das ritualidades e das estéticas. Pela via mariana, a fé popular se banha das culturas locais e assimila rapidamente seus padrões, sem controles dogmáticos e sem formulações conceituais. Os numerosos títulos e invocações, as incontáveis imagens e as visões e aparições expressam essa liberdade devocional onde a criatividade assume o comando das práticas religiosas, sem maiores rigores teológicos ou, muitas vezes, sem nenhum rigor. A Maria no singular se torna muitas Marias que vão adquirindo personalidades próprias. As Marias aparecem e falam o que querem em mensagens e em símbolos. Os títulos inusitados aplicam à Mãe de Deus o que nasce da vontade do povo, sem qualquer escrúpulo sagrado. Basta observar as devoções. Algumas marcadas diretamente pelas localidades em que são criadas: Nossa Senhora do Café, da Ponte e do Pilar. Outras expressam as experiências humanas mais significativas: Nossa Senhora das Dores, da Esperança, da Saúde, do Bom Parto. Outras estão associadas às atividades humanas perigosas: da Boa Viagem, dos Navegantes, da Guia e da Vitória. Há, ainda, títulos que não poupam o exótico, como o de Nossa Senhora da Cabeça e do Rocio, ou expressam a humanidade mais autêntica, Nossa Senhora dos Prazeres e da Boa Morte. Maria agrega na fé popular especializações sem fim. É a Mãe de todos os momentos e de todos os lugares, Mãe que cuida do nascimento e da morte, que acompanha os trabalhos e as rotinas, que proteja nas viagens e até nas guerras, que cura e que consola, mas também que corrige e educa.
Diz o povo que “quem é vivo sempre aparece”. Maria é viva no coração dos povos católicos e por isso sempre aparece, sobretudo onde falta coração, onde falta proteção, onde os filhos exilados têm saudade da mãe, onde os órfãos suspiram, clamam por cuidado, onde a fome ameaça a vida, onde as dores e as violências se instalam sem clemências dentro da vida. Mas as devoções marianas habitam igualmente a rotina dos fiéis católicos, quando tudo transcorre sem problemas. É a mãe presente que protege os afazeres diários e completa as vidas dos que não têm mãe. É também a mãe presente no céu que aguarda em sua glória os que atravessam dessa para a outra vida. Canta o povo no momento de entregar os seus mortos: com minha mãe estarei na santa glória um dia... No céu com minha mãe estarei. Mãe na vida e na morte, nas dores e nas alegrias. Mãe total, afeto completo, proteção eterna.
Não há controles teóricos ou dogmáticos que possam frear as devoções marianas que renovam as suas imagens maternas. Para cada momento da história, sobretudo aqueles dolorosos, a mãe tem uma mensagem própria como a Senhora do Bom Conselho. As palavras são de consolo e de correção. As mensagens de Fátima expressam essa postura; falam para uma humanidade que deve mudar sua rota naquele momento de conflito dramático de 1917. Se Aparecida foi a mãe do povo brasileiro, expressão da colônia rural e do catolicismo popular dirigido pelos pobres, Fátima é a mãe do século vinte, marcado por grandes crises globais; voz profética que denuncia os pecados da humanidade capaz de matar e destruir e anúncio de um mundo novo construído sobre os alicerces da paz. É a devoção mariana mais universal que tem, de fato, uma mensagem para o mundo ou para a geopolítica mundial. Não por acaso, foi apropriada politicamente no contexto do conflito da guerra fria. E clama a Virgem vestida de branco que “seu coração triunfará” no mundo de paz. O coração da mãe pulsa junto dos filhos, ama a todos: os que são devotos e os que são ateus, os afetuosos e os rebeldes. É a expressão da misericórdia, nome de Deus, como bem define hoje o Papa Francisco.
A Mãe da misericórdia abraça o mundo em Fátima, a América Latina em Guadalupe, o Brasil em Aparecida, assim como todos os países de nosso continente ameríndio, com distintas invocações. Mas é também a mãe dos migrantes italianos que vieram habitar de cá do atlântico: Achiropita e Caravaggio. É a mãe abrasileirada da Virgem portuguesa de Nazaré. É a mãe do Espírito Santo que protege o povo do alto do penhasco. É a mãe dos marinheiros, rainha do Paraná, Virgem do Rocio. É mãe que aceita todas as homenagens e escuta todos os gritos dos filhos aflitos.
As mariofanias avançam sem controles mariológicos no âmbito da fé popular. Por meio da devoção mariana, a fé popular constrói narrativas maravilhosas, estabelece ciclos festivos, compõe hinos, faz peregrinações, testemunha milagres, organiza associações e normatiza a vida diária. Os mariólogos chegam depois dessas construções teológicas populares já elaboradas e consolidadas. As devoções manifestam Maria para além dos dogmas definidos pela Igreja. No entanto, a mensagem está dada, seja por palavras de videntes, seja por simbologias de imagens. A tarefa mariológica nem sempre fácil é discernir essas manifestações e encontrar nelas o recado de Deus para a humanidade naqueles tempos e lugares.
O presente número de Ciber oferece alguns retratos de devoções marianas no contexto deste ano mariano que já se finda. Os artigos e textos estão alocados em duas molduras fundamentais. Uma primeira pretende mapear as devoções marianas no território brasileiro, embora acolha também outros territórios, no caso o mexicano. Uma segunda resgata e abarca alguns títulos marianos curiosos e pouco conhecidos. Do território brasileiro, traz à luz as devoções do Sul (Caravaggio, Angelina e Rocio), do Sudeste (Penha) e do Norte (Nazaré). Não poderia faltar, evidentemente, a presença de Guadalupe, a devoção arquetípica do continente que registra iconograficamente a luta entre o colonizador e os nativos do novo mundo. Dos títulos menos conhecidos, resgata devoções muito localizadas, como Achiropita herança calabresa em São Paulo e a recente devoção rural a N. S. do Café, além da enigmática devoção a N. S. do Brasil. Acrescenta-se ainda um título pouco conhecido no contexto brasileiro, embora bastante presente em alguns países de origem espanhola: N. S. das Mercês.
Não falta, de fato, criatividade para designar Maria ou, na verdade, para homenageá-la e pedir sua proteção. Todos eles nos dizem que Maria está, de fato, sempre aparecendo onde mora o povo de Deus de tradição católica. Essas descrições são completadas com uma reflexão mariológica bastante apropriada, que foca precisamente na evangelização da religiosidade popular mariana, tendo como referência a Exortação Apostólica Marialis cultus de Paulo VI. Por certo, a relação crítica e criativa entre o devocional e o teológico constitui um desafio permanente para a reflexão e para as definições pastorais, na Igreja de ontem e de hoje. O povo cria e vivencia as suas devoções com grande liberdade. Cabe aos teólogos antes de tudo compreender esse universo prático e buscar seus significados, mas também confrontá-lo com a tradição da fé cristã. A teologia é sempre um discernimento da realidade presente a partir da fé.
O campo das devoções marianas se mostra como um dos mais criativos da religiosidade popular, por si mesma configurada como imaginário distinto do oficial e doutrinal da Igreja. Pela via mariana o povo não cessa de criar para expressar seus desejos mais profundos e suas necessidades mais urgentes. Afeto filial não tem limites legais; nenhum controle externo ao coração do filho que suspira por socorro e por carinho pode controlá-lo racionalmente. Nesse sentido, ainda que de maneira não linear, a mariologia chega sempre depois que as devoções já foram criadas, segundo seus cânones próprios. Nem a dogmática mariana nem a reflexão mariológica precisam autorizar a criatividade devocional popular, embora o povo viva e crie suas devoções recepcionando esse universo oficial. As devoções marianas desenham, sem dúvidas, o campo mais fecundo no qual se pode visualizar de modo explícito ou implícito a circularidade entre o pensamento oficial da Igreja e o pensamento popular.
Ciberteologia inaugura um novo visual a partir desse número. Com cara nova, privilegia o dado popular mariano, forma de trazer à luz as raízes históricas e as dinâmicas devocionais do povo fiel de Deus. Os artigos são mais descritivos e pediriam, evidentemente, aprofundamentos analíticos interdisciplinares, a fim de que pudessem revelar seus significados mais profundos, para além da pura narrativa, dos mitos de origem e das práticas devocionais. O dossiê traz uma mostra da criatividade mariana ancorada na cultura e no catolicismo de nosso país por processos históricos e religiosos diversos.
Além dessa diversificada mostra mariana, Ciber acolhe algumas contribuições relevantes. O artigo referente à pastoral urbana, Identidade cristã e pastoral urbana: método e perspectivas, expõe apropriadamente as dinâmicas de fundo de muitas devoções antigas e novas que permanecem vivas no universo religioso católico. Duas notas são também dedicadas à temática mariana e produzidas em contextos semelhantes. Uma delas recolhe as preleções de Abertura e Encerramento do Congresso que celebrou os 100 anos da devoção a N. S. de Fátima no Santuário de Fátima, em junho deste ano. A outra apresenta uma poesia que nasceu no Congresso dos 300 anos de Aparecida, em agosto passado. A seção Notícia oferece uma memória sobre Dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba, falecido em 27 de agosto. O bispo negro, Dom Pelé do Vaticano II e Dom Zumbi dos negros, concluiu sua jornada com 97 anos, compondo a galeria dos grandes padres da Igreja latino-americana. A nova seção, Saídas e Fronteiras, apresenta duas amostragens de textos publicados pela Editora Paulinas que focam, respectivamente, em duas questões da ordem do dia: a reforma e a laicato.
Ciberteologia participa da vida do povo brasileiro nesta comemoração dos 300 anos de devoção a sua padroeira. As devoções marianas, inseparáveis da vida dos povos católicos de nosso continente e de nossa nação, são retratos da história e da vida concreta do povo. Nesses tempos de crise e de incerteza sobre os rumos políticos de nossa nação, quando os povos e de nosso continente clamam por justiça e o planeta sofre os impactos da exploração econômica, clamamos pela Mãe de todas as horas, invocada sob todos os títulos: Rogai por nós!
João Décio Passos (Editor)