Uma leitura histórico-salvífica | Editorial | Ciberteologia - Revista de Teologia e Cultura

EDITORIAL

Nossas boas vindas a você que acessa a 22ª edição de Ciberteologia. Aqui você terá, como sempre, uma cuidadosa seleção de Artigos e Comunicação de autores representativos da área de teologia e ciências da religião, com comunicações científicas inéditas dessas áreas e suas afins. O projeto editorial de Ciberteologia é dosar em nossas edições a indispensável publicização de trabalhos inéditos com a oferta de textos significativos que, embora já lançados anteriormente no formato livro, são de difícil acesso a estudantes e pesquisadores da área.


A seção de Artigos traz desta vez quatro trabalhos inéditos. O primeiro, Predestinação como parte da história da salvação, de Alonso Gonçalves, procura trabalhar o conceito teológico da predestinação a partir de uma leitura histórico-salvífica, fazendo uso do método de Oscar Cullmann. Seu objetivo é colocar o tema sob outra perspectiva, que não o costumeiro viés calvinista. Em seguida, Reginaldo José dos Santos Júnior oferece-nos o texto A reciprocidade explicativa entre o mal e a liberdade: a grandeza e o limite da visão ética do mundo e a relação entre liberdade e libertação a partir de Paul Ricoeur. Numa leitura atenta, o autor visita a proposta ricoeuriana de rever o esforço da teodiceia cristã sob a ótica da sua eficácia e consequência, trazendo a própria ideia de liberdade para dentro da ideia de libertação. Assim, Ricoeur repropõe o Homo capax, o sujeito da ação ética e política que visa diminuir o sofrimento, em vez de se deter em debates metafísicos a respeito.


Jaqueline Pricila dos Reis Franz assina o terceiro trabalho, “I am”: o Verbo encarnado nas canções do álbum Be, do Pain of Salvation. Ela faz um estudo comparativo da imagem bíblica de Deus e sua criação com a mitologia contemporânea deste Ser descrita nas canções do álbum Be, do grupo sueco de metal progressivo Pain of Salvation, amparado pelo referencial teórico sobre teopoética. Ética do prazer e sociedade ateizante: uma análise socioteológica é o título da reflexão de Anderson Clayton. Ele propõe uma reflexão da nova arquitetura ética que se desenvolveu no âmago do capitalismo de consumo: a ética do prazer. Segundo seu parecer, o antiescatologismo presente nessa sociedade, como força motriz de uma teologia da história pós-cristã, justifica a busca frenética da satisfação do prazer como critério de validação de um novo modelo de sociedade: a sociedade ateizante.


A seção de Comunicação, com três colaborações inéditas, abre-se com a comunicação de Rosemary Francisca Neves, O profeta-servo do exílio da Babilônia a partir do segundo canto do Servo de YHWH, uma breve meditação, sem pretensão exegética, sobre a exigência, em meio à dor, de ser fiel na missão de proferir a profecia que permeia os caminhos da justiça, solidariedade e mística. Os articulistas Eduardo Sugizaki, Mário F. F. Rosa e Ronie Silveira intitularam Privatizar a religião? Uma discussão com o pragmatismo americano sua análise da proposta de Rorty, o qual defendeu a privatização da religião em diversos de seus textos. Fábio Py Murta de Almeida escreveu Rito da água: uma encenação de libertação do judaísmo até o Rio de Janeiro para salientar o conteúdo libertador encontrado na narrativa de formação do bairro Fonseca, em Niterói (Brasil), e a narrativa batismal de Jesus encontrada no início do livro de Mateus (3,13-17).


Além desse material, a seção de Resenhas trará em breve novas apreciações críticas. Completarão a edição, ao longo das próximas semanas. Pesquisadores e autores com escritos originais afins a nosso projeto editorial podem nos enviar seus trabalhos (Artigos, Comunicação, Resenhas), desde que atendam nossas normas de publicação (enviar para: [email protected]). No mais, queremos agradecer aos articulistas desta edição por sua generosa participação em nosso projeto editorial.
Agora é com você. Está no ar a 22ª edição de Ciberteologia. Aproveite-a e escreva-nos com suas críticas e sugestões. Uma boa leitura e frutíferas pesquisas a todos!

Afonso Maria de Ligório Soares - Editor

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